A Secretaria de Estado de Justiça e Direitos Humanos (Sejudh) recebeu, na manhã desta terça-feira (21), a visita de dois representantes do Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crime (UNODC), no Brasil, Daya Hayakawa e Alexander Walsh, na sede da secretaria, em Belém. Eles fizeram questão de agradecer as parcerias já implementadas e apresentaram o projeto Projeto Tapajós, que está sendo desenvolvido pelo UNODC no Pará, principalmente, nos municípios de Santarém e Itaituba, que procura compreender a dinâmica do trabalho forçado nas áreas legais e ilegais de mineração de ouro.
No próximo mês de maio, o UNODC, em parceria com a Sejudh e as prefeituras locais, deverá realizar uma ação cidadania em distritos de Itaituba, para ofertar serviços, como emissão de documentos, para a população local.
Segundo Hayakawa, além de entender a prevalência do trabalho escravo nas áreas de garimpo, o Projeto Tapajós também quer traçar um perfil dos garimpeiros que lá trabalham. “A partir dessa abordagem, a gente pretende fazer intervenções que sejam úteis e necessárias para o contexto local, em parceria com autoridades regionais e nacionais, incluindo a Secretaria de Estado de Justiça e Direitos Humanos”, destacou.
No próximo mês de maio, a Sejudh deverá ser um dos parceiros da UNODC na realização de uma ação cidadania que vai levar diversos serviços para a população de distritos remotos de Itaituba. “São comunidades garimpeiras, que vivem em situação de muita carência, e a Sejudh deverá fazer o envio de técnicos que possam fazer a emissão de carteiras de identidade, que é uma necessidade muito grande dessas pessoas”, detalhou.
O titular da Sejudh, Evandro Garla, colocou a Sejudh à disposição do trabalho e agradeceu a UNODC pela parceria em prol do fortalecimento dos direitos humanos na região do Tapajós. “A UNODC está trabalhando para buscar as causas do problema do trabalho escravo na mineração ilegal dessa região e, ao mesmo tempo, a solução viável para isso. Nesse sentido, a Sejudh está de portas abertas para colaborar”, pontuou.
A coordenadora de Cidadania da Sejudh, Carol Lobato, ressaltou a importância do envolvimento da Secretaria para garantir serviços de cidadania à população que, muitas vezes, está envolvida na atividade ilegal de mineração por falta de oportunidades de trabalho, educação e outras. “A cada dia, vemos mais a necessidade de levar cidadania para as pessoas, especialmente as que vivem nesses locais mais vulneráveis. E tudo começa com a garantia da documentação básica, que é a carteira de identidade, por exemplo. Isso gera um impacto enorme na vida das pessoas e pode representar o início de uma mudança efetiva”, analisou.